Para compartilhar as experiências de enfrentamento à Covid-19 nas Arqui/Dioceses da Bahia e de Sergipe, os coordenadores arqui/diocesanos de Pastoral se reuniram com a presidência do Regional NE 3, no dia 22 de maio, através de uma plataforma online. Participaram da reunião: Dom João Cardoso, Bispo de Bom Jesus da Lapa-BA e Presidente do Regional Nordeste III; Dom Carlos Alberto Breis, Bispo de Juazeiro-BA, Vice-Presidente e Maria Inês Sousa, secretária executiva e nove coordenadores diocesanos de Pastoral da Bahia e do Sergipe.
Com oração e palavras motivacionais, os bispos acolheram os padres ali presentes. Havia um clima de alegria pelo encontro, mesmo que virtual. Num tom descontraído, informal e leve, Dom João Cardoso conduziu à partilha sobre como as Dioceses estão enfrentando o problema da Covid-19. As partilhas foram enriquecedoras pela dinamicidade das respostas diante de desafios comuns e as singularidades das regiões. Vale ressaltar que em alguns momentos as respostas se encontram e se tocam.
É possível destacar alguns pontos em comum nas partilhas.As comunidades paroquiais estão seguindo as orientações advindas dos decretos municipais, estaduais e episcopal. O cuidado pastoral dos padres em suas comunidades paroquiais, fazendo-se ao máximo uma presença que zela pela parcela do povo de Deus que lhes foi confiado. O extraordinário valor da Pastoral da Comunicação durante toda pandemia, dando total apoio as suas comunidades paroquiais. Percebe-se também que onde ainda não existe uma PASCOM, há uma presença significativa de fiéis que dão todo suporte para as transmissões. Atividades desenvolvidas por várias comunidades paroquias com transmissão via redes sociais: missas, lives formativas, momentos oracionais e reuniões. Em muitas comunidades paroquiais a catequese está acontecendo de forma remota aplicando as novas tecnologias, semelhante ao que já ocorre no campo educacional (Ex: Google Meet).
Em algumas dioceses houve redução de 50% da côngrua sacerdotal em sinal de solidariedade. Há um fortalecimento em muitas comunidades paroquiais de contribuições do dízimo e ofertas realizadas através de transferências, depósitos bancários, e em espécie nas secretarias paroquiais. Fortalecimento da Pastoral da Escuta como ação permanente dos párocos junto as pessoas afetadas psicologicamente durante a pandemia.
Preocupa o avanço do corona vírus no interior das cidades menores dentro das Dioceses do Regional. Também assustam os números de infectados em grandes centros urbanos, com destaque para a Diocese de Itabuna-BA, a Capital baiana e Capital Sergipana sem que haja devida preparação para acolher os infectados, sobretudo, no caso da primeira. Ressalta o padre Acássio da Diocese de Itabuna, na Bahia que o município recebeu 32 milhões de reais sem que houvesse ampliação da rede hospitalar com UTIs e respiradores.
Preocupa também os “novos pobres”. Pessoas que perderam renda com o fechamento do comércio e da indústria ao passo que os “pobres de sempre” se viram assistidos pelos planos emergenciais, embora esse auxílio não tenha atingido realmente a todos. Além das queixas de extravio de finalidade do referido auxílio emergencial.
Ganhou destaque a criatividade com a qual os padres nas diversas dioceses têm respondido aos desafios de se manterem próximos de seus rebanhos. Dom Beto, ressaltou a importância de acompanhar os sacerdotes, uma vez que não fomos preparados para lidar com este tipo de situação, e o Padre Diocesano tem no contato com o povo a sua principal ferramenta de trabalho. Dom Beto partilhou que está em contato com os padres da sua Diocese visitando os de perto e os de longe, com as devidas precauções que o momento exige. “É necessário cuidar do Cuidador”, ressaltou o Pe. Jeorge, da Diocese de Serrinha-BA falando da necessidade de zelar da saúde psíquica dos saccerdotes. Por fim, após várias partilhas, a reunião foi concluída com o desejo de que ela se repita, mas vale mesmo o contato presencial, como ficou relatado no desejo de um reencontro breve.