No dia 7 de novembro de 2013  a Diocese de Itabuna celebrará os seus 35 anos de criação. É um “pequeno Jubileu”, mas bastante importante. A Diocese de Itabuna foi a primeira criada pelo papa Bem-Aventurado João Paulo II. Outra novidade da história da criação da Diocese foi que três papas estiveram envolvidos na concretização do ato da criação. O papa Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II. Claro que esta história não foi proposital, mas devido às inesperadas mortes dos papas. Vejamos alguns trechos do teor da “Bula de Criação”.
Catedral-de-São-José
“Com a ajuda do benigníssimo Deus, em uso da nossa suprema autoridade sacerdotal, desejando tão somente e unicamente (…) atender de melhor maneira a família católica, a qual Cristo redimiu com o seu Sangue (At.20,28). (…)  Por isso o Venerável Irmão Valfredo Tepe, Bispo de Ilhéus, pediu a esta Sé de Pedro, ouvida a Conferência Episcopal Brasileira, que fosse criada a nova Diocese, dividida da sua, o que o Papa Paulo VI, depois de ouvir o Venerável Irmão Carmelo Rocco, Núncio Apostólico no Brasil aprovou,  apresentada pela Sagrada Congregação dos Bispos pelos nossos Veneráveis  irmãos Cardeais da Santa Igreja Romana, João Paulo I confirmou. Nós ratificamos o que os Sumos Pontífices aprovaram e decretamos o que segue. Separamos da Igreja de Ilhéus os seguintes municípios, assim como estão demarcados pela lei civil: Itabuna, Ibicaraí (……), e de fato fundamos a nova Diocese, cujo templo Catedral será aquele que é dedicado a São José na cidade de Itabuna, na qual também o Bispo terá a sua sede”.  (….) Ass. João Paulo II, dia 7 de novembro de 1978 – primeiro ano do nosso Pontificado. (Bula da Criação da Diocese de Itabuna – tradução original do latim).
Quando celebramos os 30 anos da Criação da Diocese, o bispo Dom Ceslau aprovado pelo Conselho Presbiteral, sugeriu vez de monumentos ou placas comemorativas organizar as Santas Missões Populares em toda a Diocese. Isto de fato aconteceu com grande proveito espiritual da Diocese. A missão teve o tema central: “Sou Católico e Vivo minha fé”. De fato, à Missão teve dois períodos: a Missão nas paróquias do interior da Diocese e na sede em Itabuna, a grande Missão Continental Redentorista. Foram momentos de muita importância e que marcaram a Diocese. Até agora muitos se voltam a Missão com o desejo de continuar este mesmo movimento de fé. Na época das Missões o incentivo ainda maior vinha da Conferência Latino Americana de Aparecida. O espírito da Conferência foi preponderantemente missionário, animava a todos para a Missão sendo discípulos e missionários de Cristo.
Passaram-se cinco anos da celebração dos 30 anos da Diocese. Neste 35º aniversário da criação da Diocese , o incentivo para continuar a Missão é o Ano da Fé proclamado pelo papa Bento XVI e que encerra precisamente no fim de novembro deste ano.
A fé é a base da nossa vida e das nossas atividades. A fé que anima e consola nos momentos de tristeza e de sofrimento.
Perguntamos: O que é a fé? É a adesão a alguém. Adesão a uma pessoa. A fé cristã é acolher a pessoa de Jesus e viver segundo a sua mensagem. Aceitar que Deus existe não significa ter fé. Os ateus estudam a religião, até a Bíblia, às vezes conhecem melhor a Bíblia do que os católicos, mas o conhecimento ainda não é fé. A fé é a adesão pessoal a Deus; é aceitar Jesus tal como ele se manifestou, isto é, como o Messias, Salvador e Senhor. Este conhecimento básico nunca deve nos faltar: a certeza de que Jesus é uma Pessoa. O que isso significa? Quer dizer que não se pode conceber Jesus somente como uma “Força” ou uma “Energia” sem expressão pessoal. Jesus é uma Pessoa, com quem podemos nos relacionar, que manifesta a Sua Vontade em nossas vidas e participa das nossas alegrias e sofrimentos.
Têm  pessoas que aceitam a existência de Deus como Criador, mas que este Deus não se interessa com as criaturas, está distante da pessoa – Deus lá e eu aqui -, estas pessoas ainda não têm a fé. A religião destas pessoas pode ser um deísmo (que afirma que Deus existe e que criou o mundo, mas que Ele não tem relação atual com o mundo), mas não a religião católica e evangélica. A fé é, sublinhamos, adesão a uma pessoa, a alguém com quem podemos conversar e que se importa muito conosco!
A afirmação bíblica “o Verbo se fez Carne” (Jo 1, 1) é nossa grande força. Esta expressão diz que este Deus pessoal entrou na história dos homens; que não é um Deus distante, mas próximo.
Assim, pois, vivendo este Ano da Fé, e o ano jubilar de 35 anos da criação da Diocese de Itabuna, temos a oportunidade de aprofundar nossa fé e com ela  fundamentar a caminhada diária.

Por Dom Ceslau Stanula
Bispo Diocesano e Membro da Academia Grapiúna de Letras.

LITURGIA DIÁRIA