Pe. Edimundo Almeida dos Santos

Coordenador Arquidiocesano de Pastoral

 Arquidiocese de Feira de Santana                  

Por que Maria é reconhecida como missionária?
Maria é missionária por vários fatores, mas ela é acima de tudo missionária porque nela se realiza e se gesta o transbordamento do amor de Deus, Jesus Cristo. Seu coração sempre esteve totalmente aberto ao querer divino. Por isso, confiou e acreditou que nada é impossível para Deus.
Assim, a sua cooperação na obra da Redenção a fez, espiritualmente, a mãe dos cristãos e membro supereminente da Igreja missionária (cf. LG n.53; RM, III, 2,42, nota 120; CIC, n. 963 ).
Maria é a primeira evangelizada (Lc 1, 26-38) e a primeira evangelizadora (Lc 1, 39-56). Conforme Santo Agostinho, “o que está dentro do coração é maior do que o que se encontra dentro do ventre”, portanto, o Cristo verdadeiro está no coração de Maria desde o momento que Ela acolheu e acreditou no anuncio do anjo que seria a Mãe do Filho de Deus (cf. Lc 1,38).
Foi fiel e perseverante, na alegria e na dor, permanecendo ao lado do seu Filho mesmo na Cruz (cf. Jo 19, 25-17). Entretanto, não se manifestou em ações aparatosas, mas no sacrifício escondido e silencioso de cada dia. Nela, a Igreja encontra um modelo de discípula misionária, disposta a ir aonde Cristo quer que o amor de Deus alcance.
É possível ser discípulo(a) missionário(a) a exemplo de Maria? Sim. Todos os batizados (as), que gastam as suas vidas à frente dos campos de missão ou no dia-a-dia do seu trabalho, da vida familiar e das ações eclesiais encontram em Maria o modelo perfeito de dedicação e fidelidade, pois ela se consagrou totalmente como Serva do Senhor.
Ela conservava todas as coisas, ponderando-as no coração (Lc 2, 51) e nos ensina que ser discípulos(as) missionários(as) de Jesus Cristo é “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5).
Nos Evangelhos, Maria aparece como uma mulher de poucas palavras, sem grandes discursos nem protagonismo pessoal, mas com um olhar atento que sabe guardar a vida e a missão do seu Filho.
Aproximou-Se das mais diversas situações, para semear esperança, acompanhou as cruzes, carregadas no silêncio do coração dos seus filhos e filhas e com a sua maternidade, mostrou-nos que a humildade e a ternura não são virtudes dos fracos, mas dos fortes e nos advertiu que não há necessidade de maltratar os outros para sentir-se importante (cf. EG, n. 288).
A bondade de Deus no rosto materno de Maria deve refletir-se no rosto materno da Igreja, a proteger-nos daquela doença corrosiva que é a “orfandade espiritual”: a orfandade que a alma vive quando se sente sem mãe e lhe falta a ternura de Deus, a orfandade que vivemos quando se apaga em nós o sentido de pertença a uma família, a uma comunidade, a um povo, a uma terra, como vivem tantos irmãos e irmãs que sofrem e choram nas ruas, embaixo das pontes, nas prisões, nos leitos dos hospitais, no anonimato das suas casas e à margem da sociedade sem vez e sem voz, a esperar o nosso socorro.
Eis ai a nossa missão de batizados e batizadas na Igreja e na sociedade, a exemplo de Maria, nossa mestra, mãe e missionária do Senhor.
Ser missionário (a) é ser como Maria disposto (a) a lançar-se na grande aventura de crer e com ela, aprender
também a dizer o ‘SIM’ sem medo.
As Santas Missões Populares visa despertar essa consciência missionária e a consciência de pertença a uma comunidade eclesial a fim de que cada cristão (ã) batizado (a) viva como discípulo (a) missionário (a) na sua (Arqui) Diocese, na sua Paróquia, na sua comunidade e possa proclamar com alegria: sou missionário(a) de Jesus Cristo a serviço dos irmãos e irmãs.

LITURGIA DIÁRIA