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Na manhã desse sábado (23) aconteceu no Santuário Nossa Senhora de Fátima, no Colégio Antônio Vieira, a Ordenação Diaconal Permanente da Arquidiocese de São Salvador da Bahia. Presidida por dom Murilo Krieger e assistida por dom Gilson Andrade da Silva e dom Estevam dos Santos Filho, a celebração concedeu a nove novos diáconos o primeiro grau do sacramento da ordem.
A partir de hoje, os novos diáconos Abdias Fernandes Figueiredo, Adilson Gomes do Nascimento, Álvaro Ventura de Jesus, André Batista dos Santos, Edson Sidnei Pereira de Freitas Santos, Eduardo Lessa Guimarães, Geraldo Reis Barboza, Hebert Martins Silva e José Marques dos Santos se tornaram servos de Jesus na arquidiocese de Salvador.
 O sacramento para a igreja
Dom Murilo falou sobre o papel social dos diácono e destacou a importância da sua missão na igreja. “O Diácono na igreja é aquele que serve. Então nós vamos com alegria ter mais gente para servir a igreja, para colocar os seus dons a serviço de todos, especialmente dos mais necessitados, já que os diáconos foram instituídos para a distribuição do alimento, isto é, para as questões sociais da igreja. E aqui na nossa Arquidiocese há um campo imenso de atividades sociais que precisam da ação dos diáconos, podendo então dispensar os padre para que se dediquem àquilo que é o essencial do seu trabalho, que é a pregação da palavra e a oração”, disse o arcebispo.
Padre Adilton Lopes, Assistente Eclesiástico da Comissão Arquidiocesana de Diáconos (CAD), explicou as três dimensões do diaconato e esclareceu porque a vida familiar do diácono precisa também ser adotada como missão.
“Eles vivem o diaconato na liturgia; o diaconato na palavra, que é a pregação da palavra ; e o diaconato na caridade. Isso eu considero uma grande graça, porque possuem neles duas vocações. São esposos, tem essa vida familiar e também uma vida social, estão inseridos no mundo do trabalho e ali no mundo do trabalho são chamados a testemunhar Jesus Cristo. E ao mesmo tempo recebem o sacramento da ordem configurados a Cristo servo(…). Eu penso que o diaconato de cada um deles começa primeiramente em casa. Eles tratando bem as esposas, tratando bem dos filhos… assim podem viver bem o seu ministério, não só preocupando-se com a igreja em si, mas com a igreja que na casa deles começa, a igreja doméstica”, explicou o padre.
Mas o que é a ordenação?
O sacramento da ordem tem três graus: No primeiro grau está o diaconato, que é caracterizado pelo serviço. O diácono é aquele que se coloca a serviço do altar, dos órfãos e dos mais pobres. O segundo grau é caracterizado pelo presbiterato, que é aquele que colabora com o bispo. No segundo grau da ordem, o sacerdote alcança a dimensão da Eucaristia, a dimensão da palavra. Já o episcopado, é a plenitude do sacramento da ordem. É a representação dos apóstolos. São eles os responsáveis pela Igreja de levar a mensagem de Jesus.
O papel da esposa
Diferente dos seminaristas que recebem uma ordenação diaconal provisória, se preparando para receber a ordenação sacerdotal após algum tempo, no diaconato permanente são homens, casados, que escolhem servir a Deus, e com o consentimento da esposa doam o seu serviço à igreja, tornando-se servos em Cristo.
Dom Murilo considera a participação das esposas essencial na decisão e na vida missionária do marido. “É importantíssimo o papel da esposa, tanto assim que nós não ordenamos alguém que a esposa não concordar com a ordenação. Porque ela vai ter que trabalhar em comum. Não apenas compreender o trabalho do esposo, mas acompanhá-lo, ajudá-lo, incentivá-lo, substituí-lo quando ele tiver que ficar ausente de casa e por isso de certa forma, ela acaba participando muito de perto da vida do diácono. Embora não ordenada, a esposa tem um papel  assim fundamental de apoio, de ajuda e de incentivo”, disse.
Zita Maria, esposa de um dos diáconos recém ordenados, Eduardo Lessa, vê essa importância em acompanhar o marido e incentivá-lo ao serviço. “Embora a gente venha de uma família católica praticante, permanentemente presente na igreja, se faltar esse apoio, mesmo com essa devoção à igreja, com essa participação no corpo da igreja, as coisas não acontecem. Então nós temos um papel importante de apoio, porque o fundamental e essencial é a vocação dele. Então nós temos um papel significativo dentro dessa vida nova que ele vai assumir”, explicou.
O compromisso
Após a proclamação do Evangelho os candidatos ao diaconato foram apresentados ao Arcebispo e fizeram o juramento de obediência ao bispo e à Igreja.
O neo-diácono Abdias Fernandes Figueiredo diz que esperou muito por esse dia e agora que desempenhar ainda mais o seu papel na igreja. “Tive uma expectativa muito grande para essa ordenação, porque é um dia muito sonhado por nós. Eu nasci na igreja, participando das comunidades, celebrações da palavra, acolhendo os pobres, ajudando muito na questão social da Igreja porque o diácono é um homem voltado para o social, para ajudar os pobres, é o Cristo servo”, disse.
O diácono Itamar Mendes, presidente Comissão Arquidiocesana de Diáconos (CAD), destacou a importância do tempo de formação dos diáconos e como essa preparação é fundamental para o diaconato. “É um período de muito trabalho. Depois que o pároco indica esse aspirante a ser diácono se passa um período de 4 a 5 anos na parte acadêmica. Pode demorar um pouco mais, um pouco menos. Nesse período tem toda a parte de teologia e prática. Hoje, nesse dia 23 é o cume desses anos de preparo é esse sacramento. Onde eles e a família levam para toda a comunidade em que trabalham, que é a sua paróquia, mais um homem de serviço, um homem que vai se colocar à disposição de Deus, à disposição das pessoas, explicou.
Depois de ordenados os diáconos estão preparados para fazer as exéquias, celebração da Palavra junto às comunidades, levar o Cristo Eucarístico, além de continuar as obras de misericórdia, ajudando os pobres, os doentes e os excluídos.
“Hoje para nós que já caminhamos na igreja é mais uma confirmação do sim que já demos desde o batismo. Porque o ser diácono não é um acontecimento, e sim um nascimento. Nós nascemos diáconos e hoje a igreja nos abraça a partir de um serviço que já prestamos a igreja. Então para nós é mais que uma honra, é um prazer servir a Cristo dentro desse ministério”, completou emocionado o neo-diácono André Batista.
Fonte: Rosa Brito | Arquidiocese de Salvador

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