De 2 a 7 de setembro deste mês de setembro, os sacerdotes diocesanos de Barbastro-Monzón realizaram, em Peralta de La Sal, os Exercícios Espirituais, conduzidos pelo cardeal Oscar-Andrés Rodríguez Maradiaga (foto), arcebispo de Tegucigalpa (Honduras) e presidente da Cáritas Internacional, que avalia, entre outras questões, que “deixamos de falar a linguagem do mundo atual. As pessoas cada vez nos entendem menos”.

“Acredito que quem nos dá a pauta é o Senhor Jesus, o primeiro evangelizador, a quem contemplamos em missão permanente na Igreja. Como dissemos na Conferência de Aparecida, não haverá nova evangelização sem novos evangelizadores, sem uma autêntica ‘conversão pastoral”

O cardeal afirmou que vivemos em um mundo novo, o que significa um território a ser explorado. Podemos ter medo do risco e da aventura. No século XXI, parece que já não existe nada para explorar. Porém… a humanidade continua mudando, não está estática. As pessoas mudam. Continuam formulando novas maneiras de ser no mundo.
Ele reiterou que Sabemos que educar é ensinar a viver. Quem educava, tradicionalmente, era a família, a escola e a Igreja. Hoje em dia já não fazem isso. O panorama foi profundamente modificado. A família desempenha um papel nutricional. A escola ensina habilidades para ganhar dinheiro. E a Igreja, muitas vezes, se reduz a um marco decorativo para cerimônias sociais.

Para o cardeal devemos enfrentar esta nova ordem mundial que possivelmente, nunca como agora, é uma nova desordem mundial.

“Precisamos reconstruir a democracia a partir de uma nova lógica: a do Bem Comum, que é uma das contribuições do Evangelho no mundo da política. E a construção do Bem Comum não deve cair na armadilha de configurar novos estados imperiais”.

Segundo cardeal Oscar-Andrés Rodríguez Maradiaga, somos testemunhas do aumento de uma preocupante divergência entre uma série de novos “direitos”, promovidos nas sociedades tecnologicamente avançadas, e direitos humanos elementares que ainda não são respeitados em situações de subdesenvolvimento. E completou: “Penso, por exemplo, no direito à alimentação, água potável, moradia, autodeterminação e independência”.
A o fim da entrevista ele apontou para algumas soluções otimistas para as questões levantadas dizendo que está se criando um mundo onde a cobiça deixa as maiorias à margem da história, na sarjeta da história, com algumas sociedades que vivem um processo tecnológico com possibilidades nunca vistas, mas que fabricam e reproduzem exclusão. “Precisamos voltar a acreditar no ser humano como tal, e em sua capacidade de atuar com os valores mais nobres que carrega dentro de si, de forma altruísta, generosa e solidária”, completou.
A entrevista é da Delegação Diocesana de Meios de Comunicação (Barbastro-Monzón), publicada no sítio Religión Digital, 11-09-2012. Para ler a entrevista na íntegra, clique aqui.

LITURGIA DIÁRIA