Jesus manifestou a sua vontade de estabelecer um novo sacerdócio quando falou da edificação de um novo templo. Quando se apresentou como pastor único e ideal , previu uma obra de reunião universal que não poderia cumprir sozinho, “Eu sou o bom pastor: o bom pastor dá sua vida pelas suas ovelhas” (Jo 10,11). Pedindo aos seus discípulos que rezassem pelo envio de operários à messe abundante Ele previa um grande número de colaboradores à sua missão pastoral. “Ao ver a multidão teve compaixão dela, porque estava cansada e abatida como ovelhas sem pastor. Então Ele disse aos discípulos: A messe é grande, mas poucos os operários! (Mt 9, 36-37)
Dom José Palmeira Lessa  arbispo metropolitano de aracaju
Não se pode esperar de Jesus uma determinação jurídica da hierarquia tal como se desenvolveu na hierarquia eclesial, mas se deve ver sua intenção manifesta de instituir um sacerdócio diferente daquele do Antigo Testamento. Contudo, o problema da instituição do sacerdócio por Cristo é claramente ligado àquele da fundação da Igreja. As pessoas que não admitem que Jesus quis uma Igreja que durasse nos séculos dificilmente admitirão que Jesus quis uma estrutura sacerdotal permanente e ministerial. Jesus confirmou sua vontade de estabelecer uma Igreja durável mediante a missão confiada aos apóstolos de evangelizar até os confins do mundo (Mt 28,18-20 e Mc 16, 16-18) e mediante o poder por ele dado em vista do desenvolvimento da vida que o seu sacrifício daria à humanidade (Lc 10,16; Mc 3,15).
Só o fato da chamada dos “doze” já é suficiente e primordial como testemunho evangélico de uma intenção de Jesus de estabelecer pastores em um novo estado de vida, com poder de celebrar a ceia em seu nome (Lc 22,19), de perdoar os pecados (Lc 24,47 e Jo 20, 22-23) e de governar o rebanho, dando contas da sua administração (Lc 12,42-46)

Os Sacerdotes participam do munus dos Apostolos, recebem de Deus a graça de serem “ministros de Jesus Cristo no meio dos povos, desempenhando o sagrado ministério do Evangelho, para que seja aceita a oblação dos mesmos povos, santificada no Espírito Santo (Ef 3, 9 – Presbiterorum Ordinis § 2).
O Concílio Tridentino declarou que a Ordem é um verdadeiro sacramento instituído por Jesus, quando afirmou que não é somente um rito para escolher os ministros da Palavra e dos Sacramentos (DS 1773).

Dom José Palmeira LESSA
Arcebispo Metropolitano de Aracaju -SE

LITURGIA DIÁRIA